The Walking Dead voltou da pausa e parece uma série nova. O começo da sexta temporada foi bom, trouxe uma narrativa diferente, mas travou em dilemas desnecessários que emperraram a evolução de todo o enredo proposto. Depois do hiato de final de ano, o seriado mudou de rumo e até o terceiro episódio parece ter decidido mudar o tom de uma vez por todas.
O capítulo que marcou o retorno trouxe acontecimentos que estão entre os melhores da história da série, e o seguinte surpreendeu até os fãs mais ardorosos da HQ de Robert Kirkman. O choque do 11º episódio, "Knots Untied", foi a rapidez com que a trama avançou. Bastaram alguns minutos para apresentar Jesus (Tom Payne) e The Walking Dead seguiu para o epicentro de seus próximos problemas, o 'distrito' de Hilltop, uma vilarejo com ar de Velho Oeste (a trilha faz questão de marcar isso), lar do cabeludo ágil e misterioso que assustou Rick (Andrew Lincoln) e cia.
Os problemas e virtudes da comunidade foram escancarados desde o primeiro contato. Hilltop tem alimentos e uma organização agrícola que Alexandria nunca teve - eles são sobreviventes de longa data. A desvantagem maior, porém, são os armamentos. Os companheiros de Jesus não possuem armas e não têm lutadores prontos para enfrentar as ameaças que a situação atual do mundo necessita. E neste contexto entram Daryl (Norman Reedus), Michonne (Danai Gurira), Rick, Maggie (Lauren Cohan) e Glenn (Steven Yeun), agora apresentados como um grupo de segurança. Os assassinos do apocalipse.
O contraste do grupo de Alexandria com o povo de Hilltop marca "Knots Untied". A série deixa muito claro o que Rick e seus companheiros são: um grupo que sobrevive bebendo sangue e se alimentando da adrenalina e do medo que este novo mundo traz. A cena de Grimes lutando contra o maior e mais forte membro de Hilltop é icônica. Ele cai, perde no corpo mas ganha na brutalidade. O sangue escorrendo pelo rosto após a briga e o olhar determinado destoa da inocência vista nos habitantes do vilarejo.
The Walking Dead agora mostrou quem realmente são seus protagonistas. Apesar da violência sempre ter sido marca registrada, o ponto de referência que Hilltop virou traz uma nova perspectiva à audiência. É curioso notar também que com a constante ameaça de Negan (Jeffrey Dean Morgan) no horizonte, o seriado poderia enrolar e não avançar na trama, guardando grandes momentos para o final da temporada. Não aconteceu, ponto para Scott Gimple, showrunner do projeto. E assim a sexta temporada continua firme no caminho de se tornar uma das melhores já vistas na série.
The Walking Dead é exibida no Brasil pela Fox aos domingos, às 23h15, simultaneamente com a AMC nos EUA.
Fonte: Omelete
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